“contatinhos: quais nomes que me fazem (1ª ed.), 2024” é uma série performática onde pinheiro começa a agrupar e externar suas referências em arte contemporânea.
o trabalho se aproxima da cultura pop pois está interligado a velha lista de telefones, às playlists, a relação de colecionáveis, de ex-peguetes/ficantes, ex-namorados, ex-amigos (e por que não?!) a velha e boa carteirada dadas em determinados lugares e situações. "você sabe com quem está falando?", "sabe quem são meus amigos", "conhece a minha família?!" etc.
os (sobre)nomes citados produzem um resultado, isto é, são iguais em sua somatória (:) a rodrigo pinheiro.
obviamente o artista se apropria neste trabalho de trabalho de outros colegas artistas cariocas e da obra Famous Artists do artista estadunidense Chris Burden.
o uso de símbolo que somados criam uma determinada identidade tem ocorrido em camisetas populares como, a exemplo, “Café, Pão de Queijo & Cachaça” para descrever os mineiros e etc.
assim, o trabalho é um divertido chiste. o resultado de uma somatória de referências.
este sua primeira versão (que é limitada) terá como certificado de autenticidade todo o somatório de e-mails (pedido e confirmação de compra) que o espectador receber .
desdobramento da foto performance "eu queria ser viril, mas sou puro amor! (2023).
foi confeccionada uma primeira tiragem de 2000 cópias de um panfleto (santinho) no tamanho de 10x15 cm com impressão frente e verso.
a frente a imagem fotográfica da foto performance em moldura rococó digital. no verso é possível ler um texto de declaração aos homens, revelando o encantamento do artista com essas criaturas ora fantásticas ora odiosas.
performance
a princípio o trabalho foi planejado para ser apenas uma vídeo performance, porém após a realizá-lo, o artista passou a sentir forte pulsão em realizar a ação ao vivo. desde então passou a oferecê-lo a lugares e também em o escrever em editais. contudo, até o momento, não conseguiu realizar a ação em um espaço e diretamente para um publico.
as cem primeiras imagens trabalhadas em #iwannabedavid somadas a algumas outras de edições especiais temáticas (david patriota, david dilf etc.) são imprimidas em filmes instantâneos Instax Mini (4,6x8,6 cm) formando um álbum fotográfico com apenas duas cópias disponíveis + 1 cópia de artista (p.a.).
há ao mesmo tempo a utilização de fitas rotuladas vinílicas onde estão numerados cada um dos davids.
apropriação.
mídia digital.
redes sociais.
#iwannabedavid é série formada por fotos apropriadas pelo artistas nas diversas redes sociais existentes.
formada por homens empunhando iPhones e realizando selfies de si.
pinheiro as modifica pelo uso de programas de edição de imagem e auxílio de IA (inteligência artificial), apagando qualquer traço (tatuagens, cicatrizes e sinais) que torne possível a identificação dos modelos, procurando ao mesmo tempo acentuar e potencializar qualquer característica física desejada e comum desses modelos de masculinidades.
adiciona - ao mesmo tempo - com uma colagem tosca, a face da famosa estátua de Davi (Michelangelo Buonarroti), fornecendo desta maneira mais bases materiais e simbólicas (históricas) a um ideal de (tecno)homem fomentado, desejado e performado da antiguidade até a contemporaneidade.
foto performance realizada em 2023
o artista reproduz neste trabalho O Nascimento de Vênus de Sandro Botticelli.
procura-se assim refletir sobre os conceitos de masculino e feminino e as interpretações sobre ação e emoção.
quais performatividades são esperadas e cobradas de determinados corpos e como podem ser representadas na atualidade.
durante 9 dias o artista acessou conteúdos adultos e gravou sobre folha de papel a realização de seus desejos. durante este processo também gravou a paisagem sonora ao redor, da manifestação do desejo ao clímax. esses sons sobrepostos em camadas forma esta peça sonora.
enquanto o artista executava uma mesma ação durante 280 dias - que é a média de formação de um ser humano - procurou capturar imagens e vídeos do processo. o trabalho acima é apenas uma camada-fragmento do trabalho 280 dias. neste fragmento o acaso se faz presente numa “falha” (imprevisto) e o destaque deste instante forma fly/momento/projeto_280_dias.
vídeo performance realizada no auge da pandemia de COVID-19. através deste trabalho o artista relembra o conceito de constelação como exposto por Walter Benjamin nas teses Sobre o Conceito de História.
aqui é formada uma pequena constelação contendo o primeiro nome das primeiras vítimas do COVID no Brasil. em seguida a constelação é incinerada e devolvida ao espaço numa reflexão sobre os processos históricos de diminuição e apagamento constantes e sua aproximação aos processos de luto e de luta.
o vídeo integrou a exposição transmídia Ração Social em 2020.
vídeo performance onde as questões sobre ação, permanência, efemeridade, invisibilidade e apagamento novamente se exteriorizam a partir da ação do artista.
a notação - escrita sistemática - sobre o ar e sob o céu, feita em três camadas (repetições) oferecem-se como um lembrete ou mantra que perpassa a produção do artista.